25 de janeiro de 2019

Beto Richa é preso em Curitiba

Arquivo

O ex-governador do Paraná foi preso na última sexta-feira, 25, após ser acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em esquema de fraude na gestão das concessões rodoviárias federais do Estado.

De acordo com a Justiça Federal, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) foi preso hoje, 25, na sua casa, em Curitiba, por volta das 7h. A investigação que originou o mandado de prisão apura supostos crimes na concessão de rodovias do Estado. É a segunda vez que Richa é detido. A prisão é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.

Dirceu Pupo Ferreira, contador da ex-primeira dama Fernanda Richa, é outro alvo de prisão. Na decisão, o juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, justificou a prisão alegando que Richa e Ferreira tentaram influenciar os depoimentos de testemunhas da investigação. “Ficou comprovado o empenho dos investigados em influir na prova a ser produzida, destacando episódio de turbação/obstrução da investigação, no contexto em que Dirceu Pupo Ferreira tentou convencer uma testemunha a alterar a verdade sobre fatos da investigação acerca do patrimônio da família Richa”, diz trecho do despacho.

PROPINAS – De acordo com as investigações, o ex-governador Beto Richa foi beneficiário de pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas em espécie pelas concessionárias de pedágio do Paraná e por outras empresas que mantinham interesses no governo.

Há evidências de que parte do dinheiro (R$ 142 mil) foi lavada mediante depósitos feitos diretamente em favor da empresa Ocaporã Administradora de Bens, que, embora estivesse formalmente em nome de Fernanda e de seus filhos, na realidade era controlada pelo ex-governador.

O restante dos recursos, aproximadamente R$ 2,6 milhões, foi lavado por Richa com o auxílio de Ferreira, por meio da aquisição de imóveis.  Os bens foram comprados com propinas e colocados em nome da Ocaporã. Para ocultar a origem ilícita dos recursos, o contador solicitava que os vendedores lavrassem escrituras públicas de compra e venda por um preço abaixo do realmente pactuado entre as partes. A diferença entre o valor da escritura e o acordado era paga em espécie, de forma oculta, com propinas.

Nessas condições, já foram identificados pelo menos três imóveis pagos em espécie por Ferreira em favor da Ocaporã. E-mails apreendidos durante a investigação comprovaram que Richa tinha a palavra final sobre as atividades da empresa relacionadas à compra e venda de imóvel.

AS AQUISIÇÕES FORAM CONSUBSTANCIADAS NAS SEGUINTES OPERAÇÕES:

1) 20/10/2010 – Apartamento em Balneário Camboriú adquirido pelo valor declarado de R$ 300 mil, que foi pago integralmente em espécie por Ferreira ao vendedor de forma parcelada durante o ano de 2011. O laudo de avaliação do apartamento demonstrou que o imóvel valia na época R$ 700 mil. O vendedor reconheceu o recebimento de R$ 300 mil adicionais “por fora”, em espécie.

2) 31/10/2012 – Aquisição de um terreno de luxo no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. O valor real de venda era mais de R$ 1,9 milhão. Na escritura, a aquisição foi declarada por R$ 500 mil, correspondentes a uma suposta permuta com dois lotes em Alphaville. O vendedor reconheceu que, além dos lotes dados como parte do pagamento, Ferreira entregou R$ 930.000,00 em espécie, que foram ocultados nos documentos da transação. Posteriormente, o mesmo imóvel foi vendido pela empresa da família Richa por R$ 3,2 milhões.

3) 12/11/2013 – Aquisição de conjuntos comerciais no Edifício Neo Business em Curitiba, com valor declarado de R$ 1,8 milhão na escritura pública, mas que, segundo o corretor que intermediou o negócio, contou com o pagamento de R$ 1,4 milhões adicionais “por fora”, que foram ocultados.

OBSTRUÇÃO DA INVESTIGAÇÃO – A prisão foi considerada imprescindível pela recente tentativa comprovada de obstrução das investigações pelos envolvidos. A apuração demonstrou que, em agosto de 2018, a fim de impedir que o esquema fosse descoberto, Ferreira, agindo a mando de Richa, procurou um dos corretores de imóveis que intermediou a negociação das salas comerciais e solicitou que, caso fosse intimado a depor pela investigação, ocultasse a existência de pagamentos em espécie por fora.

Não satisfeito, de acordo com o relato do vendedor das salas comerciais, o contador, sempre agindo como preposto do ex-governador, ainda tentou contato para influenciar seu depoimento, a fim de solicitar que o pagamento em espécie fosse ocultado. “O fato concreto apresentado pelo MPF é extremamente grave, evidenciando a tentativa de embaraçar a investigação, o que justifica a decretação da preventiva”, disse Ribeiro.

PRISÃO – Os pedidos de prisões foram feitos pelo Ministério Público Federal (MPF) em um desdobramento da Operação Integração – fase da Lava Jato que investigou a concessão de rodovias no Paraná.

Richa e Ferreira foram presos por policiais federais. Os dois foram levados para a Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. A defesa do ex-governador disse que ainda não teve acesso ao processo e, por isso, não vai se manifestar. (Com informações do G1 e assessoria)


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