6 de setembro de 2023

Moradores comemoram pavimentação em vilas de Ponta Grossa

Obras em andamento somam mais de R$ 133 milhões investidos e 62 km de asfalto em mais de 30 frentes de trabalho.

Felipe Liedmann, especial para os Blogs do Doc.com e do Johnny.

Ponta Grossa passa por um ‘boom’ de desenvolvimento econômico. Há um vertiginoso crescimento industrial. Como consequência, a cidade, que está entrou no bicentenário, se expande. Surgem desafios para entregar à população uma boa qualidade de vida em cada um dos cantos do Município. Um desses sinais está na pavimentação asfáltica, algo que era raro de ser visto nas vilas menos populosas ou mais afastadas da região central.

A aposentada Ângela Sant’Ana foi uma das primeiras moradoras da região que divide Vila Cristina e Jardim Maracanã, entre os bairros Contorno e Nova Rússia. Ela e o já falecido marido compraram dois lotes naquele espaço há 37 anos. Desde então, ela percebe mudanças significativas na comunidade.

“Essa rua que passa na frente da minha casa nem tinha acesso. Ninguém passava de carro e quase não havia pessoas. Hoje é bem povoado e o trânsito intenso”, comenta.

Ela reside na Rua Matheus Hugo Carneiro Martins. Parte desta via recebeu, há poucos dias, o primeiro recape asfáltico por meio do Programa Asfalto Novo.

Essa é uma das regiões de Ponta Grossa priorizadas nas últimas semanas pelos servidores. No caso das Vilas Cristina e Maracanã, as equipes de serviço aplicaram capa asfáltica em outras cinco vias: Nova Fátima, Nova Esperança, Péricles Guimarães, Paula Gomes e Paraguaçu.

O projeto em andamento com com investimento de cerca de R$ 3,8 milhões e prevê ainda a pavimentação das ruas Visconde de Macaé, Major Sólon, Frei Madre de Deus, João Ratclif, Martim Francisco e Casemiro Reis. Além do novo ‘piso’, a região recebe melhorias em meio-fios e calçamento.

Outra frente de trabalho é a instalação de um bueiro celular. A estrutura vai permitir a ligação entre as duas vilas (Cristina e Maracanã) por meio das ruas Visconde de Macaé e Nova Fátima. A falta desse ‘elo’ entre as comunidades era algo que trazia obstáculos aos moradores.

“O povo sofreu muito porque passava por um ‘carreirinho’ para atravessar para cá. Eram, principalmente, as mães que traziam crianças para a escola e para a creche. Agora que vai ter essa ligação vai favorecer bastante para a comunidade”, argumenta Ângela.

Ligação entre Jardim Maracanã e Vila Cristina está em andamento. Foto: Dorival de Arruda Moura Neto.

VILAS CIPA E PINA – Do outro lado da cidade, mais precisamente no bairro Oficinas, ficam as vilas Cipa e Pina. Elas são as últimas comunidades para quem ‘desce’ a Rua Thaumaturgo de Azevedo. É nessa região, a dez quilômetros de Ângela, que reside o pedreiro João Carlos Lara.

Natural de Teixeira Soares, ele veio morar em Ponta Grossa com a família aos 3 anos de idade e, há três décadas, chegou à região em que ‘tudo era mato’.

Dentro de poucos meses ele deve ver a abertura de uma ligação da Vila Pina, em Oficinas, com o Novo Ponta Grossa, fundos do Cará-Cará. “Há 30 anos, essa região não tinha nada de casa assim. Havia umas três quadras de casas na Cipa. A Pina praticamente era mato. Mudou muita coisa”, conta ao pontuar melhorias no transporte público, comércio e pavimentação.

A rua na qual João Carlos reside com a família é a Tijucas do Sul. Ela e outras 17 vias da região estão recebendo investimentos na casa de R$ 7,8 milhões. Há também implantação de calçadas e passeio com acessibilidade, além de sinalização adequada a motoristas e pedestres. Simultaneamente há reformas nas galerias de águas pluviais, o que já foi dor de cabeça para João Carlos.

“Tinha bastante barro por aqui na nossa casa. Aqui dava também bastante enchente. Era comum. Creio que depois que fizeram o Lago [de Olarias] deu uma segurada nessa água toda”, comenta.

Trabalhadores também atuam na manutenção de meio-fios. Foto: Dorival de Arruda Moura Neto.

OUTROS BAIRROS – Por falar em Olarias, o tradicional bairro de Ponta Grossa recebe investimento de R$ 7,5 milhões do ‘Asfalto Novo’. São três quilômetros de vias. Algumas ruas contempladas são: Conde de Monsavaz, Leopoldo Pinto Rosas, Pará, Paulina Wagner, Domício da Gama, Ceará, Paraíba, Guatemala, Cesário Alvim, Doutor Francisco Fajardo, Cristiano Otoni, Elysiario Camargo de Mello e Nossa Senhora do Rocio.

De 2021 até o mês passado, o Município somava mais de 22 km de pavimentação entregues, acumulando mais de R$ 50 milhões em investimentos. As obras desta etapa incluem locais como o Jardim Monte Belo, Barreto, Dom Bosco, Jardim Pontagrossense, Vila Izabel, San Marino, Hilgemberg, Parque dos Sabiás, Santa Marta, Jardim Paraíso, entre outros.

Já as obras em andamento somam mais de R$ 133 milhões investidos e 62 km de asfalto em mais de 30 frentes de trabalho sendo executadas. “Quando eu vim morar aqui, não tinha asfalto nem na rua do ônibus. Aí levou mais de uma década para chegar esse de agora. Então a gente se sente maravilhado por ter esse asfalto. Antes era aquela poeira, barro, buraco então, era imenso. Agora está uma maravilha”, diz a moradora do San Martin, Maria da Conceição de Jesus.

DISTRITO INDUSTRIAL – Além das regiões mais habitadas da cidade, também recebem melhorias de pavimentação as ruas do Distrito Industrial, local que tem intenso movimento de veículos pesados e que facilmente apresenta deterioração.

O investimento na zona em que indústrias estão instaladas fica na casa de R$ 21,4 milhões. Os projetos contemplam a pavimentação de mais de dez quilômetros de vias.

VALORIZAÇÃO – Para aqueles que vivem há muitos anos no mesmo endereço, presenciar o desenvolvimento social e a valorização dos imóveis da comunidade chega a emocionar.

“Valorizou muito pra gente que tem casa e terreno aqui há tanto tempo. Isso valorizou bastante. Agora vamos ter mais perto da gente um shopping. E eu conheço essa região desde pequena, desde menina. Morei na Vila Santo Antônio com dez anos. De lá para cá vi tanta coisa evoluir, meu Deus do céu. A gente até fica pensando que tá ficando velha mesmo, mas é tanta coisa mudando e tanta evolução, né?”, comenta Ângela Sant’Ana com lágrimas nos olhos. (Publieditorial)

Compartilhe