30 de janeiro de 2020

Ricardo Zampieri defende união da direita para a disputa pela Prefeitura de PG

André Jonsson - Blog do Johnny

Jovem vereador de primeiro mandato se apresenta como pré-candidato a prefeito de Ponta Grossa com ideais conservadores e propõe uma gestão com planejamento e eficiência dos serviços públicos.

O Blog do Johnny entrevistou nesta semana o vereador Ricardo Zampieri (PSL), na Rádio MZ FM, que falou à reportagem sobre a sua atuação na Câmara Municipal – ele cumpre o primeiro mandato –, o apoio ao Presidente Jair Bolsonaro (PSL), as divergências no PSL e a criação do Aliança, e a sua possível participação na disputa pela Prefeitura neste ano. Confira:

BJ – O senhor está concluindo o seu primeiro mandato na Câmara Municipal, que avaliação você faz desta experiência na vida pública?

RZ – Encerramos o terceiro ano de mandato e estamos começando o quarto. A oportunidade de você representar o seu Município é imensa e gratificante. Acredito que a política é auto-renovável, nós precisamos a todo o momento de novos nomes. Não sou contra a reeleição, até porque vemos um cenário que em 2022 estaremos tentando reeleger o nosso Presidente Jair Bolsonaro. Mas acredito que vivemos um momento de renovação dentro da política. Fizemos um trabalho muito importante de fiscalização. Acho que o principal trabalho do vereador tem que partir desse princípio, não só criar leis, mas fazer funcionar o que já existe. E o zelo pelo dinheiro público. A população está cada vez mais consciente de termos ciência que o dinheiro é nosso. O dinheiro que está indo no bairro, que vai para asfalto, que vai para a folha dos servidores, o orçamento da Prefeitura é o dinheiro da comunidade, da população, que tem que ser bem empregado e com responsabilidade. E aí entra o papel do vereador de fiscalizador que tem que ir lá, estar acompanhando. Fizemos um grande trabalho em relação à rotatória, conseguimos a devolução de R$ 400 mil através de uma ação particular minha, como outros trabalhos via requerimentos, foram 62 durante os últimos três anos, e as leis, o nosso trabalho parlamentar que vem sendo desenvolvido. Gosto muito de alguns projetos que eu fiz, como a questão do primeiro emprego para o jovem e o adolescente, a primeira oportunidade, o voto de confiança do empreendedor no jovem aqui da nossa cidade. Queremos desenvolver algo semelhante também para a melhor idade. Temos atuado junto à Sanepar com relação à fiscalização dos trabalhos que estão sendo feitos pela concessionária, não só com relação aos buracos que ela deixa nas nossas ruas, como também no ar que a gente paga por água nos hidrômetros da cidade. São diversas frentes que tem chamado a atenção da população. Quando você trabalha com desejo, afinco e dedicação, os resultados aparecem e a população sabe reconhecer. E quem sabe se a população assim entender, procure algo maior no próximo pleito.

BJ – Você atribui à sua juventude essa atuação mais dinâmica?

“Acredito que a pouca idade tem que ser analisada principalmente em razão da experiência. Eu tenho uma atuação há mais de 10 anos na iniciativa privada, estou tendo a oportunidade agora como protagonista de estar na vida pública, e acredito que esses dois fatores, podem se somar para fazer um trabalho com resultados diferentes, dentro do Poder Público, e principalmente para a população”.

RZ – Não digo só em razão da idade, mas a questão do dinamismo, da vontade e principalmente pelo fato de estar entrando agora. Percebo pessoas com três, quatro mandatos, que estão já num certo comodismo, na situação da velha política. Isso não acontece só em Ponta Grossa, você observa em diferentes cenários e quadros. E a população também percebe. Quando você entra querendo fazer acontecer, não se vendendo para o poder, mantendo os seus valores, os seus princípios, alcança um resultado satisfatório. Muitas vezes o político acha que a população está longe e esse é o interesse dele, que não acompanhe o que acontece dentro do Parlamento. Você precisa mostrar o que está acontecendo e os resultados que precisam ser feitos. A gente sabe que o vereador tem um trabalho um pouco limitado. E é aí que contamos com o apoio popular para de fato cobrar iniciativas que partem do Poder Executivo. Essa questão muitas vezes da falta de caneta, é que nos coloca em uma situação de querer projetar uma situação diferente.

Acredito que a pouca idade tem que ser analisada principalmente em razão da experiência. Eu tenho uma atuação há mais de 10 anos na iniciativa privada, estou tendo a oportunidade agora como protagonista de estar na vida pública, e acredito que esses dois fatores, podem se somar para fazer um trabalho com resultados diferentes, dentro do Poder Público, e principalmente para a população.

BJ – Você foi um dos principais apoiadores da eleição do Presidente Bolsonaro em Ponta Grossa, antes mesmo dele figurar como um dos favoritos da disputa, que avaliação você faz do governo, sobre as divergências que o senhor teve com a direção estadual do PSL e a criação do Aliança?

RZ – Acredito no Presidente Bolsonaro desde 2015. Desde lá vim acompanhando o trabalho e as propostas dele para o Brasil. Acreditávamos que o Presidente seria uma visão disruptiva para o sistema político atual do nosso país. Tivemos a oportunidade de trazer o Bolsonaro para cá e hoje temos um vínculo próximo com a família dele e dentro da equipe de governo, com quem conversamos bastante. Acredito que o Presidente tem feito um grande trabalho para o nosso País, no primeiro ano de mandato, já podemos perceber resultados disso. Primeiramente colocar em execução tudo o que ele prometeu em campanha eleitoral. O fato do não loteamento dos Ministérios foi importantíssimo, uma visão estritamente técnica e profissional, trazendo servidores ou pessoas da iniciativa privado com norral e gabarito para atuar, com corte de cargos. E a melhora da economia e a geração de empregos. Esse cenário muda também com relação à proposta que o Presidente tem de País, inevitavelmente como foi uma onda muito grande, nós podemos perceber que muita gente foi junto ele. Muitos deputados, senadores e governadores foram eleitos através do Presidente. Mas nem todos tinham realmente aquele intuito de seguir o que o Presidente pregava para o País. Eu encontrei isso também no PSL. As minhas divergências – eu sou uma pessoa de uma relação estritamente amistosa, combato o que está errado e o meu objetivo é sempre poder contribuir para a união -, no PSL identifiquei em nosso cenário regional e até estadual algumas situações, medidas e práticas completamente diferentes do que o nosso Presidente pregava em relação ao cenário nacional e também para a sua chapa, a sua candidatura e posteriormente para o seu governo. Começamos com alguns atritos nesse sentido e chegamos lamentavelmente ao rompimento. Isso se deve principalmente para, conforme sempre bato nessa tecla, a manutenção dos meus princípios e valores. Eu posso ser retalhado, podemos sofrer consequências sérias nesse sentido, mas eu não vou perder o meu objetivo e a visão que eu tenho de política, e o que eu me proponho a fazer dentro da política.

Agora nesse cenário, nós temos um novo partido que propôs justamente isso que nós estamos pregando. Importante citar que partidos são feitos por pessoas. As ideias no papel são maravilhosas. O importante é você colocar em prática e é o que nós buscamos agora pela Aliança pelo Brasil. Comentava que raras as vezes nós temos uma segunda oportunidade e uma segunda chance na vida. E agora nós estamos tendo nesse caso, nesse cenário político em questão, uma segunda oportunidade de poder criar um partido, assim como nós tivemos com o PSL, mas de boas pessoas, de bom caráter e que tenham um único objetivo: do crescimento do nosso País. É o que esperamos. Eu particularmente trabalho com muito afinco e muita dedicação para a viabilização das assinaturas e posteriormente da homologação e da concretização da viabilização da legenda do 38.

BJ – O seu nome é sempre cotado para a disputa majoritária, seja como candidato a prefeito ou a vice, qual a sua disposição para a eleição deste ano?

RZ – Temos que pregar a união da direita. Sempre digo que a esquerda é unida, apesar de ser pelos princípios e motivos errados, e por isso ela chegou tão longe infelizmente em nosso cenário. A direita tem que partir por esse princípio também. Apesar de valores e propostas completamente diferentes, mas nós temos que nos manter unidos. A política em razão do ego, muitas vezes acaba

“Começamos com alguns atritos nesse sentido e chegamos lamentavelmente ao rompimento. Isso se deve principalmente para, conforme sempre bato nessa tecla, a manutenção dos meus princípios e valores. Eu posso ser retalhado, podemos sofrer consequências sérias nesse sentido, mas eu não vou perder o meu objetivo e a visão que eu tenho de política, e o que eu me proponho a fazer dentro da política”.

prejudicando todos e principalmente a população da ponta. E isso não pode acontecer. Eu acho que como foi em 2018 por exemplo, onde primeiramente eu procurei ouvir a voz das pessoas da comunidade antes de cogitar uma candidatura, eu lancei uma pré-candidatura. Eu fui para o bairro e verifiquei que as pessoas queriam que eu cumprisse o meu mandato, que eu terminasse o mandato atual porque se eu quero pregar algo diferente eu tenho que fazer diferente também. Ou seja, mostrar que não era apenas por meu próprio interesse, mas sim uma representatividade para a cidade e eu tinha trabalho por fazer ainda na Câmara de Vereadores. Isso aconteceu. Da mesma forma em relação a esse cenário, eu acho que primeiramente nós temos que ouvir as pessoas, os meus eleitores, apoiadores e eu sei que o meu trabalho como vereador está sendo concluído. Eu acho que o meu trabalho e dedicação pelo Parlamento Municipal, acredito que estou deixando um bom trabalho por aqui e tenho ainda muito a fazer nesse ano. Mas em relação ao próximo pleito, tenho sim convites para ser vice. Eles aparecem e fico muito grato por isso, mas também analiso a viabilidade de comandar uma chapa ao Executivo. Isso se o Aliança for viabilizado até lá, é uma orientação inclusive do próprio partido. E em relação até ao que nós sustentamos dentro do quadro de pesquisas e propriamente das pessoas. Mas eu acho que tudo isso tem que ser muito bem analisado. Eu volto a dizer, eu não trabalho com ego. Eu trabalho principalmente com projetos para a cidade. Atualmente me coloco sim, como um candidato à cidade que busca mudanças e representar a direita de Ponta Grossa acima de tudo, mas, obviamente, estou pronto sempre para discutir e aberto ao diálogo e principalmente disposto a escutar também propostas que sejam viáveis e que combinem com a nossa visão de patriotismo, conservadorismo e o fortalecimento da nossa economia e da geração de empregos de Ponta Grossa.

BJ – O governo do prefeito Marcelo Rangel chega ao fim. Que avaliação você faz da administração municipal e, em seu ponto de vista, quais os principais desafios que a cidade deverá enfrentar na próxima gestão?

RZ – Eu sou um entusiasta da cidade. Nós temos que torcer por Ponta Grossa, eu torço por cada resultado positivo do governo que por aí passou. Eu fico muito feliz com situações que impactam na vida das pessoas e que são positivas aqui para a cidade. Mas inevitavelmente nós não podemos deixar de lado e nem esconder ou vendar os olhos com a realidade que acontece aqui em Ponta Grossa. A gente vê um marketing muito forte tentando maquiar essa realidade. Ponta Grossa é uma das únicas cidades que não apareceu no ranking de cidades planejadas em 2019, e também caminha para esse ano 2020. Nós precisamos de planejamento, não fazer as coisas no atropelo. Em diferentes áreas nós verificamos essa vulnerabilidade.

No ano passado, eu presenciei uma crise muito forte na área da saúde. E isso ainda se não for corrigido tem de ser enfrentado esse ano. Esperamos que não. Mas foram problemas sérios em relação à gestão e ficou muito claro que o problema era gestão e controle em relação às escalas dos médicos, à verificação e antecipação de problemas relacionados à falta de medicamentos e atendimentos, que geraram um caos, que nós tivemos no início do segundo semestre na área da saúde aqui na nossa cidade. Saúde é uma das principais situações que precisa ter cuidado e gestão. É muito fácil falar que falta dinheiro, mas na saúde dinheiro tem, a gente sabe que o orçamento é forte, robusto e nós temos ainda as receitas complementares. Obviamente a cidade é

“Eu não trabalho com ego. Eu trabalho principalmente com projetos para a cidade. Atualmente me coloco sim, como um candidato à cidade que busca mudanças e representar a direita de Ponta Grossa acima de tudo”.

muito grande e há muitos desafios, então é um trabalho coordenado que precisa ser feito. Nós temos por exemplo um elogio a questão do UPA. A terceirização do trabalho do UPA tem sido eficiente. Só que tem que pagar o pessoal, os profissionais. É uma terceirização gerou resultado. Mas chegou época que os profissionais estavam com três, quatro meses de salário atrasado. O Pronto Socorro um caos. Aonde nós cobramos para o pessoal fazer cirurgia, as pessoas agendaram um dia, mais 15 pessoas, e quando vai se verificar não tinha os equipamentos básicos. Não tinha gaze, faixa, lençol para conseguir fazer cirurgia. É uma situação que você observa que não parte de dinheiro. Não parte de problema em relação a alguma coisa ou outra, mas é sim realmente um controle, é uma desorganização. Saúde tem que ser tratada com respeito.

Não só isso, em relação a infraestrutura a cidade tem muitos desafios ainda e existem prioridades. Eu particularmente não concordo estar agora passando pela Paula Xavier e estar fazendo uma obra de recapeamento de uma avenida que foi feita pelo próprio governo em 2013, gastando R$ 2 milhões, enquanto nós temos um déficit de ruas de terra aqui na nossa cidade num índice e percentual avassalador. Quando você pega R$ 100 milhões para os próximos 10 anos, sabendo que os novos empreendimentos aqui na nossa cidade todos serão asfaltados, ou seja, é só você trabalhar com déficit que já existe e não vai crescer e criar um planejamento para os próximos dez anos para zerar a cidade em termos de pavimentação. Você continua aplicando recape no Centro. Eu entendo que no centro há um maior movimento de pessoas e naturalmente maior trânsito, mas para ruas que especificamente precisam. Não você gastar milhões numa avenida München para passar um batom ou numa Paula Xavier, enquanto você conseguia fazer 20, 30 quadras em vilas aqui da nossa cidade que há mais de 40 anos esperam uma atenção. Então essa sensibilidade é necessária.

Isso tudo é planejamento. Nós temos no plano diretor o grande desafio da cidade para a próxima gestão. Nós temos Sanepar grande desafio para a cidade em relação à renovação do contrato, os termos do contrato, as notificações e fazer funcionar e executar a empresa em relação às suas obrigações, porque o cidadão cumpre suas obrigações com a Sanepar, mas a Companhia deixa de cumprir suas obrigações com o Município. Eu sou contrário a municipalização da água. Você estatizar ainda mais a cidade não funciona. Mas ou você coloca a Sanepar para fazer funcionar como cobram outros municípios e anda na linha, ou você chama outras empresas para participar de um processo licitatório em 2026. A mesma coisa o transporte coletivo, primeiramente acabar com monopólio e buscar soluções para o transporte coletivo na cidade. Trabalhar com mais verdades e menos propaganda para buscar mais resultados na área da segurança pública, descentralização para os bairros, e tantas outras áreas aqui do nosso Município que são importantes. A cidade avançou em alguns pontos, mas ainda há muita coisa para melhorar. Muitos desafios a serem enfrentados e nós vamos trabalhar os 200 anos da cidade de Ponta Grossa, é uma cidade pujante, que mais cresce no Estado do Paraná e uma das que mais crescem no Brasil, e precisa ter um governo que seja a contento e que busque principalmente o resultado para a população pontagrossense.

Ricardo Zampieri, 24 anos, cumpre o seu primeiro mandato como vereador, foi eleito pelo Solidariedade (SD) e atualmente está filiado ao PSD. É empresário, radialista e formado em Direito pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE).


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