27 de janeiro de 2020

Mulheres na política, artigo do deputado Luiz Claudio Romanelli

Divulgação

"Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política". Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile.

No último sábado, 25, a Secretaria Estadual de Mulheres do PSB do Paraná realizou, em Curitiba, o encontro Mulheres na Política. Com este encontro, o diretório estadual debate a participação plena e efetiva das mulheres na vida política e fortalece ações para a promoção da igualdade de gênero e de oportunidades às mulheres em todos os níveis.

A realidade brasileira é que, embora as mulheres ocupem posições de destaque em todas as profissões, ainda recebem menos que os homens na mesma função. São maioria no mercado de trabalho, nas universidades, mas enfrentam muito mais dificuldades para inserção e crescimento profissional. Tanto na iniciativa privada como na administração pública, são pouco valorizadas para cargos executivos ou de decisão. Infelizmente, as mulheres são discriminadas e vítimas de uma cultura machista.

O que queremos é organizar, fortalecer, proporcionar formação e incentivar a participação feminina na atividade partidária e ampliar o número de candidatas nas eleições municipais de outubro. Pretendemos construir candidaturas representativas de todos os segmentos.

O Mapa Mulheres na Política 2019, um relatório da ONU e da União Interparlamentar, revela que no ranking de representatividade feminina no Parlamento, o Brasil ocupa a posição 134 de 193 países pesquisados, com 15% de participação de mulheres. São 77 deputadas nas 513 cadeiras na Câmara. Dos 11 cargos da Mesa Diretora (incluindo os suplentes) as deputadas ocupam apenas dois; e das 25 comissões permanentes somente quatro são presididas por mulheres. Entre os 81 senadores, somente 12 são mulheres.

Já no ranking de representatividade feminina no governo, o Brasil ocupa apenas a posição 149 em um total de 188 países. O governo de Jair Bolsonaro tem somente 9% de representatividade feminina, com apenas duas mulheres entre os 22 ministros. A média mundial é de 20,7%.

O PSB quer mudar esse quadro. Já temos mulheres em postos chaves na política. São prefeitas, vice-prefeitas, vereadoras, deputadas, secretárias estaduais e secretárias municipais em áreas estratégicas como educação e saúde No Congresso Nacional, temos uma senadora (Leila Barros-DF) e três deputadas federais (Lídice da Mata (BA), Liziane Bayer (RS) e Rosana Valle (SP). Temos ainda 12 deputadas estaduais e mais de 500 vereadoras, das quais 18 no Paraná, três prefeitas e uma vice-prefeita. Mas ainda é muito pouco, aliás, muito pouco.

O grande desafio é ampliar a participação das mulheres na política. O país vive uma crise moral e de credibilidade sem precedentes. A política foi criminalizada, a tal ponto que mesmo os que exercem a política com honradez, decência e responsabilidade são vistos com desconfiança.

Por mais paradoxal que possa parecer, é o momento certo para as mulheres participarem da política partidária e disputar cargos eletivos. Porque, como já sabemos, as mulheres fazem a diferença, onde quer que atuem. É justamente neste momento de crise moral e de credibilidade que as mulheres precisam se engajar para serem as agentes da real mudança.

Como frisa a secretária nacional da Mulher do PSB, Dora Pires, a luta e a perseverança das mulheres são marcas da história do nosso partido. “Todas as conquistas vieram pela dedicação e pelo desejo de abraçar a ideia de que as mulheres são cidadãs importantes e necessárias na construção de uma sociedade equilibrada, harmoniosa e, de fato, justa. Essa é, sem dúvida, a causa das mulheres”, afirma.

Como epígrafe deste artigo, citei uma frase da ex-presidente chilena Michelle Bachelet. Ela é um exemplo de como as mulheres podem fazer a diferença. Médica, ministra da Saúde. Primeira mulher a exercer o cargo de ministra da Defesa em um país da América Latina. Primeira mulher presidente do Chile e também a primeira a vencer duas eleições presidenciais no país. Subsecretária Geral e diretora executiva da ONU Mulheres. Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas. Sua trajetória é marcada pela defesa dos direitos das mulheres e por suas posições firmes sobre a necessidade de maior participação política feminina, sobretudo na América Latina.

Para reflexão, encerro com a citação de mais uma frase de Bachelet: “Nós simplesmente não podemos mais negar o potencial de metade da população. O mundo precisa aproveitar o talento e a sabedoria das mulheres. Se o problema é segurança alimentar, recuperação econômica, saúde ou paz e segurança, a participação das mulheres é necessária mais do que nunca”.

Luiz Claudio Romanelli, advogado e especialista em gestão urbana, é deputado estadual e vice-presidente do PSB do Paraná.


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