15 de outubro de 2021

Governador apresenta potencial do Paraná aos maiores fundos soberanos de Abu Dhabi

Divulgação

A visita integra a missão técnica-comercial do Governo do Estado ao País do Oriente Médio, uma agenda paralela à Expo Dubai 2020 e ao Paraná Business Experience. Foram apresentadas concessões ferroviárias, de rodovias e dos portos.

O governador Ratinho Junior apresentou ontem, 14, os potenciais e ativos do Paraná para os três maiores fundos soberanos de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Somados, o Abu Dhabi Investment Autority, o Mubadala Investment Company e o Abu Dhabi Fund for Development administram um capital global estimado em mais de US$ 3,5 trilhões (cerca de R$ 19,2 trilhões).

A visita integra a missão técnica-comercial do Governo do Estado ao País do Oriente Médio, uma agenda paralela à Expo Dubai 2020 e ao Paraná Business Experience.

Ratinho Junior destacou a preparação do Estado para se tornar o hub logístico da América do Sul, com diferentes oportunidades de investimentos em infraestrutura. Mencionou, entre outras ações em andamento, o novo processo de concessão de rodovias, em parceria com o governo federal, o planejamento para a construção da linha férrea ligando Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá e a própria ampliação da capacidade logística do terminal marítimo paranaense.

“Estamos falando em mais de R$ 70 bilhões em investimentos privados. Propostas que vão mudar a realidade do Paraná, facilitando a conexão com o restante do mundo. Com isso, tudo o que for produzido no nosso Estado vai ganhar mais competitividade, gerando emprego e renda para os paranaenses”, afirmou o governador. “O mundo está de olho no Paraná, não podemos perder essa oportunidade”.

Durante a apresentação, Ratinho Junior lembrou que em sete anos, o Paraná vai aumentar de 36% para 90% a quantidade de estradas em concessão com pista dupla. Segundo ele, o novo modelo de concessões de rodovias está baseado na menor tarifa com garantia de obras, e trará R$ 44 bilhões em investimentos diretos nas estradas do Paraná.

No total, 3.327 quilômetros de rodovias integram o pacote, subdivididos em seis lotes, caracterizando o maior projeto de concessão do tipo em todo o Brasil. “O valor em investimentos é o equivalente a 120 anos de orçamento federal para rodovias que seria destinado ao Paraná”, afirmou.

NOVA FERROESTE – Desenvolvido pelo Governo do Paraná, o projeto da Nova Ferroeste, que está em fase de conclusão de estudos, vai ligar o Mato Grosso do Sul ao Litoral do Paraná. Ao todo serão 1.304 quilômetros de extensão. A ferrovia criará um dos mais importantes corredores de exportação do Brasil. A expectativa é viabilizar o transporte de 38 milhões de toneladas de carga no primeiro ano de funcionamento. Destes, 26 milhões de toneladas seriam exportadas pelo Porto de Paranaguá.

“A intenção foi avaliar a possibilidade dos Fundos de participar do financiamento do projeto. O Brasil está no radar deles, como estratégia de negócio na América Latina”, ressaltou o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.

A transformação logística desencadeada pela execução do projeto vai impactar diretamente a economia nacional. Estima-se que a redução do custo logístico seja de 30%, o que deve tornar os produtos mais competitivos no mercado internacional e permitiria ainda a redução de preços nas gôndolas dos supermercados. “Vai mudar completamente a infraestrutura logística do Estado”, disse Ratinho Junior.

O projeto será finalizado até dezembro. A partir de fevereiro terão início as audiências públicas, com expectativa de ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em abril de 2022. O consórcio que vencer a concorrência será responsável também pelas obras e poderá explorar a ferrovia por 70 anos. O investimento é estimado em R$ 33,4 bilhões.

PORTOS – O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, também participou dos encontros. Ele apresentou as oportunidades existentes no ambiente portuário paranaense, com destaque para as cinco novas áreas que irão para leilão, denominadas PAR09 (21.577 m²), PAR15 (37.431 m²) e PAR14 (20.026 m²), destinadas para o segmento de Granéis Sólidos de Exportação, PAR32 (6.651 m²), para Carga Geral, e PAR 50 (85.392 m²), de Granéis Líquidos.

Juntas, os espaços preveem um investimento de cerca de R$ 1,05 bilhão. “Foi mais um dia de trabalho produtivo, no qual a gente pôde mostrar para o mundo árabe, para o Oriente Médio, as oportunidades de investimento nos portos do Paraná”, comentou Garcia.

“Finalizamos mais uma rodada de sobre a infraestrutura do Paraná, apresentando os nossos projetos. Já tratamos aqui dos modais rodoviários, aéreos e ferroviários. Agora, trouxemos, também, um pouco sobre as operações portuárias”, complementou o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

Os mercados árabes, em especial dos Emirados Árabes Unidos, são importantes para a economia do Brasil. Os Portos do Paraná são portas de entrada e saída para produtos da indústria e do agronegócio nacionais.

Segundo dados do Ministério da Economia (ComexStat), em geral, neste ano (de janeiro a agosto), pelos portos do Paraná foram exportados pouco mais de 130 mil toneladas e mais de US$ 167,3 milhões (dólares) em produtos para os Emirados Árabes Unidos. Foram 42 tipos de produtos diferentes, sendo os principais frango (US$ 119.483.225, quase 73 mil toneladas) e celulose (US$ 32.624.554, e cerca de 46,7 mil toneladas), além de outros alimentos congelados, outras carnes (bovina e suína) e madeira.

Na importação, de janeiro a agosto, já foram quase 242 mil toneladas e US$ 130,5 milhões em produtos dos Emirados Árabes Unidos. Foram 17 tipos de produtos diferentes, sendo os principais os derivados de petróleo (US$ 110.054.113 e quase 196 mil toneladas) e os fertilizantes (US$ 16.390.354 e cerca de 44 mil toneladas). Além desses, também se destacaram as importações de alumínio e polímeros de etileno.

PORTO GUARÁ – Diretora de desenvolvimento do projeto, Xênia Karina Arnt apresentou aos árabes a proposta de implantação de um novo complexo portuário privado na Baía de Paranaguá, em fase de licenciamento ambiental. Serão investidos R$ 4,1 bilhões na construção do terminal, para movimentação de 31,5 milhões de toneladas/ano de grãos, líquidos e containers. A previsão para início das obras é para o segundo semestre de 2022, em uma área de 2 milhões de metros quadrados, com início da operação programado para 2025. O empreendimento é conduzido pelo Grupo Far e Grupo Novo Oriente Participações.

“As reuniões foram muito positivas. Tivemos a oportunidade de mostrar que o Porto Guará está voltado ao atendimento da logística da agroindústria e do agronegócio, focando principalmente no mercado asiático. O empreendimento possibilitará a criação do corredor Brasil/Asia, com eficiência, competitividade e segurança”, destacou a diretora.

BALANÇO – Segundo o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, as reuniões abriram as portas do Estado. “São fundos fortes, com regras rígidas para investimento. É uma conversa inicial, que pode prosperar. Mostramos a marca Paraná e eles gostaram bastante do que viram”, disse.


Paraná BX aumenta conexões e abre novos caminhos para empresas do Estado

Seis dias dedicados a negócios e troca de experiências, trinta palestrantes e moderadores, mais de 250 inscritos, apresentação de seis segmentos da indústria e sete municípios do Estado, um marketplace digital que servirá de vitrine do potencial produtivo do Paraná para todo o mundo. Estes são alguns dos fatos que resumem os resultados da missão técnica-comercial Paraná Business Experience, que levou mais de 50 empresas paranaenses para fazer negócios em Dubai.

O evento, que contou com apoio do Governo do Estado, foi realizado paralelamente à participação do Paraná no Pavilhão Brasil da Expo Dubai 2020, a maior feira internacional do mundo, entre os dias 10 e 16 de outubro. Na missão, o Paraná apresentou sua vocação nas áreas de alimentos e bebidas, indústria automotiva, bem-estar, papel, madeira e celulose, infraestrutura, tecnologia e inovação a investidores e compradores de países como Egito, Síria, Líbano, Turquia, Itália, Jordânia e dos Emirados Árabes Unidos.

“O Paraná concretizou os objetivos de sua missão em Dubai. Mostramos ao mundo nosso potencial e nossa seriedade para fazer negócios, e apresentamos nosso potencial turístico, que se estende de Leste a Oeste, do Litoral às Cataratas do Iguaçu. Voltamos para casa com a expectativa de novas oportunidades que devem se concretizar nos próximos dias”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Com o fim do evento, os participantes retornam não apenas com a experiência adquirida no encontro, mas também com dezenas de negócios iniciados no Oriente Médio e que terão continuidade no Brasil ao longo das próximas semanas.

Para o superintendente da Paraná Metrologia, Celso Romero Kloss, o Paraná Business Experience superou todas as expectativas. “O encontro promoveu grande interação entre os diferentes setores produtivos do nosso Estado e que, com certeza, geraram grandes oportunidades de negócio”, disse.

“Todos os estrangeiros participantes do Paraná BX ficaram impressionados com a força do nosso Estado — tanto que a Câmara de Comércio de Dubai nos pediu uma lista reunindo o contato das empresas que participaram da missão, pois fazem questão de marcar reuniões com todos os setores”, completou o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin.

Ele contou, ainda, que os participantes pediram que este formato de evento seja realizado mais vezes. “A ideia é que o BX seja realizado a cada dois anos para que se possa reunir o setor produtivo do Rstado e manter um constante diálogo com investidores de outros países”, afirmou.

NEGÓCIOS – O consultor de comércio exterior Monroe Olsen, da rede Monroe Olsen, disse que a missão deu à empresa a oportunidade de apresentar os ativos que representa para grandes fundos de investimento. “Sem falar nas possibilidades de networking com os membros da comitiva que igualmente renderam excelentes resultados. Estes encontros não teriam sido possíveis sem a presença e o apoio do Governo do Estado, da Invest Paraná e do LIDE Paraná”, destacou.

“Conseguimos agenda com o Egito para apresentar os nossos produtos e estamos muito otimistas em relação à continuidade dessas negociações”, acrescentou o responsável comercial da Cooperativa Integrada Agroindustrial, Samuel Tomaz da Silva.

O objetivo inicial do diretor comercial dos Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF), Sérgio Nichelle, era desenvolver relações de comércio exterior com países do Oriente Médio e da África, mas o olhar caseiro também esteve presente.

“Nos reunimos com investidores árabes, interessados em negócios de infraestrutura, e com potenciais compradores de commodities do Brasil. Mas, além disso, conseguimos desenvolver parcerias com empresas do próprio Estado, que não conhecíamos tão bem e que na missão tivemos oportunidade de nos aproximar”, contou.

O CEO da Profills do Brasil, José Rafael Prachedes, também viu na missão uma oportunidade para fortalecer seu relacionamento com o mercado interno. “Por meio da interação pudemos descobrir qual seria as principais dores de alguns setores da indústria, que sentem dificuldade de se ranquear nas gôndolas, colocar o produto nos mercados. Sinto que vamos desenvolver parcerias muito interessantes em um futuro próximo”, declarou.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Agricultura de Toledo, Diego Bonaldo, a missão foi uma oportunidade de aprendizagem. A cidade do Oeste tem o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária do Estado.

“Além de termos tido a chance de apresentar todas as potencialidades que o nosso município oferece, e de poder acompanhar de perto tudo o que o Governo do Estado está fazendo neste campo, estar inserido em um cenário totalmente diferente do nosso abre muitas possibilidades. Aprendi com essa experiência que um investimento bem direcionado tem um grande poder de transformação”, contou.

“Os contatos de agora vão gerar estudos, logísticos e de capacidade financeira, por exemplo, que vão resultar em negócios. A oportunidade de estarmos aqui, com a presença do Governo do Estado vai com certeza gerar frutos. E a expectativa é de que, em breve, Dubai se torne um entreposto ainda mais importante para os nossos negócios, um distribuidor regional para outros países da região, favorecendo a ampliação dos nossos negócios”, disse o representante do Sistema Ocepar, Luiz Lourenço.

TECNOLOGIA TUPINIQUIM – O segmento de tecnologia e inovação do Estado surpreendeu membros da missão e convidados estrangeiros. Segundo Degoncir Gonçalves, consultor de empresas brasileiras no Exterior, embora o agronegócio seja uma das grandes forças do Estado, as empresas de tecnologia também foram bastante procuradas durante as rodadas de negócio. “Temos empresas históricas e tradicionais, como as cooperativas, mas temos também muitas empresas jovens, que estão vindo com muita força, com muita inovação e que estão levando cada vez mais o nome do Paraná para frente”, disse.

O CEO da startup Robô Laura, Cristian Rocha, afirmou que os países árabes têm muito interesse em tecnologia e que as soluções de inteligência artificial para a área da saúde ganharam extrema relevância por conta da pandemia de Covid-19. “Após a nossa apresentação no Paraná BX, já fomos procurados por quatro grupos estrangeiros, entre eles um dos maiores centros de saúde de Dubai para implementar a Laura por aqui”, revelou.

Rocha disse ainda que os investidores com quem conversou ficaram impressionados com a tecnologia do Estado. “Uma tecnologia totalmente tupiniquim, feita no Paraná e que temos um prazer muito grande de poder levar para fora. Certamente, teremos mais agendas aqui e provavelmente teremos que voltar outras vezes para Dubai. E isso não aconteceria se não tivéssemos tido este evento e o apoio do governador”, completou.

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