Divulgação

Com um modus operandi muito semelhante com o que foi denunciado pela Operação Lava Jato, em uma das principais cidades do Estado do Paraná, funciona na sede de uma entidade de classe, o Clube dos Empreiteiros. Um grupo de empresários que se reúne semanalmente, em um jogo de cartas marcadas das licitações de obras da prefeitura da cidade e outros municípios da região. As empreiteiras fraudam as concorrências e fazem da propina a moeda corrente das negociações.

O cartel das empreiteiras recebe do seu coordenador, um secretário municipal responsável pelas obras do município, informações privilegiadas sobre as licitações e decide quem irá participar, os preços e o vencedor de cada licitação.

Para participar do clube, os empreiteiros aceitam o pagamento de propinas, que variam de 10 a 30% do valor da obra, que são pagos em espécie diretamente a prefeitos ou a pessoas da sua confiança. No caso desta grande cidade, quem recebe o dinheiro é o próprio coordenador do clube, que divide e repassa com outro secretário municipal, este muito próximo ao prefeito.

O coordenador do clube assumiu a função após a última eleição municipal, quando aproximou-se do candidato e conquistou a sua confiança. Desde então, coordena o clube e não esconde os seus planos de permanecer à frente do negócio, tendo o seu nome cotado inclusive para a disputa da Prefeitura.

Mas o castelo de cartas do Clube dos Empreiteiros está desmoronando. Não satisfeito com a distribuição das obras, um dos integrantes foi expulso do grupo e está disposto a ‘abrir o bico’. Gravações das últimas reuniões do clube que ele participou vazaram e denúncias com o nome das empreiteiras participantes e das obras que elas foram responsáveis estão prestes a estourar.