23 de março de 2019

Vereadores propõem CPI para investigar desvio milionário de combustível da Prefeitura de PG

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Acusado pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, em entrevista ao BLOG DO JOHNNY em março, de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível da Prefeitura de Ponta Grossa, Joelson Sluszz, foi condenado pela Justiça a sete anos e quatro meses de prisão. Atualmente ele possui uma FG como chefe da Seção de Controle de Abastecimento e Manutenção de Frota da Fundação Municipal de Saúde.

O bloco de oposição ao prefeito Marcelo Rangel (PSDB) na Câmara Municipal, composto por oito vereadores, deve protocolar na próxima segunda-feira, 25, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa. A denúncia foi feita pelo secretário municipal de Serviços Públicos, Márcio Ferreira, e o esquema ocorreu nas últimas duas gestões da pasta, quando os secretários eram Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete, e Celso Sant’Anna, atual secretário de Infraestrutura e Planejamento.

“Existe um desvio. Era muito mal administrado o combustível. Todos que chegavam lá abasteciam. Eram 600 mil litros que estavam faltando. Em valores de hoje, o litro a R$ 4,00, daria dois milhões e quatrocentos mil reais”, revelou Márcio Ferreira em entrevista ao BLOG DO JOHNNY na última segunda-feira, 18.

“É coisa de bandido. As pessoas que estão envolvidas nisso, o lugar delas é na cadeia”, defende George de Oliveira.

Os vereadores pretendem coletar as assinaturas para a CPI hoje, 23, durante uma reunião do bloco. “Isso é um caso de polícia que a Câmara não pode se omitir. É coisa de bandido. As pessoas que estão envolvidas nisso, o lugar delas é na cadeia. Vamos fazer uma ampla investigação do dano ao erário público”, ressaltou o líder da oposição, vereador George de Oliveira (PMN). Ele criticou os ex-dirigentes da pasta e defendeu os seus afastamentos do primeiro escalão do governo municipal. “Talvez não tenham envolvimento direto, mas eles permitiram que isso acontecesse. No mínimo foram relapsos e incompetentes quando estavam lá. Não souberam cuidar daquilo que foi colocado nas mãos deles”, acredita o líder da oposição. “É um escândalo. Não é possível permanecer no governo. Com esses indícios, o próprio prefeito em nome da moral e da conduta que ele procura sempre colocar para as pessoas que é limpinho, honesto e no governo dele não tem nada errado, deveria afastá-los imediatamente”.

“Temos que investigar a fundo. A população precisa ficar sabendo o que aconteceu. Isso é crime e quem tiver culpa tem que pagar”, defendeu o vereador Jorge da Farmácia (PDT).

“Mais do que correto, porque senão sobraria para ele. Agora que se expliquem os outros dois. O secretário não deixa de ser responsável”, Ricardo Zampieri sobre o atual e os ex-secretários.

O vereador Ricardo Zampieri (PSL) ressalta que a denúncia foi feita há dois anos. “É importante passar essa história a limpo. As pessoas precisam ter ciência do tamanho do rombo. Faz dois anos que foi feita a denúncia e nenhuma providência foi tomada. O meu apoio vai ter e se possível irei participar como membro”, disse. Ele também destacou a posição do atual secretário de fazer a denúncia e cobrou explicações dos ex-secretários da pasta. “Mais do que correto, porque senão sobraria para ele. Agora que se expliquem os outros dois. O secretário não deixa de ser responsável”.

“Acredito que tem mais pessoas envolvidas”, disse Sargento Guiarone.

O vereador Sargento Guiarone (PROS) conta que já esteve na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em Curitiba, há cerca de 15 dias, que investiga denúncia em segredo de justiça, cobrando maior agilidade na apuração dos fatos. “Acredito que está bem encaminhada a documentação no GAECO e os poderes podem estar tramitando paralelamente. Estamos falando de 600 mil litros de combustível que foram desviados e essas pessoas tem que ser punidas com rigor”, defendeu. O vereador não acredita que somente o servidor municipal Joelson Sluzz esteja envolvido no desvio, conforme apontou o secretário Márcio Ferreira. “Dentro de uma instituição pública uma pessoa não consegue agir sozinha. Acredito que tem mais pessoas envolvidas. Existem relatos de ex-secretários que a contabilidade não era precisa, que algumas coisas não tinham no sistema, mas nós estamos falando de dinheiro público. Tem que ter um controle rigoroso”.

Segundo o atual secretário, o servidor que atuou na pasta na gestão anterior, fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada.

USINA DESATIVADA – Márcio Ferreira acusou o servidor municipal Joelson Sluszz de ser o responsável pelo desvio. Segundo o secretário, o servidor atuou na pasta na gestão anterior, de Alessandro Lozza de Moraes, e fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada. “Constatamos algumas ilegalidades que aquele Joelson mandou como se tivesse sido utilizado na usina. Ele era o administrativo do Alessandro e depois foi transferido para a Secretaria de Saúde. Ele não era contador e esse cargo é obrigatório ser um contador. Ele quem cuidava do combustível e lançava como se estivesse sendo usado pela usina. Não pode, a usina está desativada. Esse é um erro dele, que eu creio que o Alessandro não sabia. Ele fazia por conta”, acusou Ferreira, relatando que a informação consta na auditoria e sindicância interna realizada pela Prefeitura sobre o caso.

Segundo o atual secretário, o desvio não ocorreu somente no primeiro mandato do prefeito Marcelo Rangel (PSDB). O esquema teria iniciado na gestão do ex-prefeito Pedro Wosgrau Filho, quando a Secretaria era comandada por Celso Sant’Anna. “No governo do Wosgrau também. Quando eu entrei proibi de lançarem na usina. Na minha gestão não teve mais nenhum lançamento da usina. Por isso eu abri a sindicância, pra mim não me ferrar”, contou Ferreira.

Segundo a presidente da Fundação Municipal de Saúde, Angela Pompeu, Sluszz atua na pasta vistoriando obras. Ele é servidor de carreira da Prefeitura desde 2011, no cargo de Assistente de Administração II.

Procurado pela reportagem do BLOG DO JOHNNY na última quinta-feira, 21, Joelson Sluzz, não quis gravar entrevista, se limitando a responder que já prestou a sua versão sobre o caso na investigação conduzida pela Prefeitura. “Eu não vou conseguir te ajudar porque o que eu tenho de informação eu já passei na minha manifestação, e como corre com sigilo, então, para maiores informações você tem que solicitar via Prefeitura”, alegou.

O BLOG DO JOHNNY não conseguiu localizar Alessandro Lozza de Moraes para comentar a acusação. A Prefeitura de Ponta Grossa, através da sua assessoria de imprensa, também não quis comentar o caso.


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