21 de novembro de 2019

UEPG ganha edital de R$ 10,5 mi para restauro da sede histórica do Museu Campos Gerais

Divulgação

Os recursos são do Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico do Paraná, foi inaugurado em 1928 para abrigar o Fórum da Comarca de Ponta Grossa. De 1983 a 2003, a edificação foi sede do Museu Campos Gerais.

A Universidade Estadual de Ponta Grossa foi contemplada com R$ 10,5 milhões do Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O valor será investido na restauração da sede histórica do Museu Campos Gerais (MCG), situada na esquina das ruas Engenheiro Schamber e Marechal Deodoro.

O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico do Paraná, foi inaugurado em 1928 para abrigar o Fórum da Comarca de Ponta Grossa. De 1983 a 2003, a edificação foi sede do Museu Campos Gerais. Com a mudança do MCG, o prédio foi fechado para restauração.

Para o reitor Miguel Sanches Neto, a conquista tem caráter didático. “Mostra que é fundamental manter vivos e em pé os prédios que contam a nossa história, e que o desenvolvimento imobiliário pode estar aliado à conservação”, diz. Sanches enfatiza que este é o maior investimento em restauração de um prédio da história de Ponta Grossa. “Será mais um presente da UEPG à comunidade paranaense”, complementa.

O juiz federal Antônio César Bochenek afirma que, após reformado, o Museu será um dos mais relevantes da história jurídica do Brasil e do Estado. O juiz lembra também que o Fórum de Ponta Grossa foi um dos primeiros no interior, e está dentre os que têm maior expressão no Paraná. “O processo de revitalização do prédio é muito importante porque trará de volta a essência da presença do Poder Judiciário nos Campos Gerais”, diz.

A construção está com as estruturas de madeira comprometidas, de acordo com a Diretora de Planejamento Físico da UEPG, Andressa Gobbi. “Um exemplo dessa condição é o piso do segundo pavimento, assim como alguns pontos da cobertura”. De acordo com a proposta submetida pela Divisão de Projetos e Convênios (Diproc) da Universidade, o prédio histórico apresenta umidade, criação de biofilme, desagregamento do emboço, estufamento e descolamento da camada pictórica, fissuras e rachaduras.

Além da restauração da escadaria, piso, forro e outros aspectos artísticos, o projeto prevê a construção de outro prédio espelhado ao lado do Museu. “Teremos uma edificação moderna e um prédio histórico um ao lado do outro, o que passa a ideia de preservação e de passagem do tempo. O Museu está onde a cidade surge e onde ela cresce. Nós buscamos manter a história, mas também queremos desenvolvimento”, enfatiza o reitor.

FUTURO – A Pró-reitora de Extensão e Assuntos Culturais, Cloris Grden, afirma que a obra é uma das grandes conquistas da Universidade, mas também da comunidade. “Temos a responsabilidade de restaurar e entregar para os paranaenses uma construção de extrema relevância para o desenvolvimento de Ponta Grossa e para a história jurídica do Estado”, enfatiza Grden.

O diretor do Museu, Niltonci Chaves, afirma que, quando o MCG voltar para a sede histórica, a ideia é valorizar o espaço com exposições de fora, mas, especialmente, com a reserva técnica existente. “Voltando para lá, pretendemos manter a mesma dinâmica, com atividades culturais permanentes como debates, palestras e exibição de filmes”, destaca.

SOBRE O PROJETO – O projeto original de restauro é de 2006, ano em que a edificação corria risco de ser descaracterizada. “Uma empresa de Porto Alegre ganhou a licitação e fez um belo projeto, que tramitou no Patrimônio Histórico e teve a intervenção proposta aprovada”. Sanches explica que naquele momento, a Caixa Econômica Federal dispunha de recursos para restauração de prédios de relevância histórica, via Lei Rouanet. “Como não houve continuidade do repasse de recursos, e já não estando eu mais na administração da UEPG, apenas a parte mais emergencial da obra foi feita, permanecendo o prédio sem condições de uso pleno”, conclui.

O projeto atualizado sob o intitulado “Restauração do edifício do Museu Campos Gerais – um patrimônio histórico-jurídico do Paraná” foi uma tarefa coletiva, que envolveu a Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) e Pró-reitoria de Planejamento (Proplan). Com as equipes das duas pró-reitorias, a Divisão de Projetos participou do Chamamento Público para Seleção de Projetos Apresentados por Órgãos e Pessoas Jurídicas de Direito Público Estaduais, Municipais e do Distrito Federal – 2019 do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. “A UEPG ser contemplada com esta obra, que valoriza a história e a cultura dos Campos Gerais, é motivo de muito orgulho para todos que demandaram esforços na construção plural desta proposta”, afirma o diretor da Divisão de Projetos e Convênios (Diproc), Paulo Farago.

O juiz federal destaca o interesse da UEPG na busca de recursos e alerta para a importância dos órgãos se inscreverem projetos nos editais do Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos. “Gostaria de parabenizar a Universidade por inscrever o projeto, o que revela a atenção da instituição e o interesse da gestão em captar recursos disponíveis, que podem ser empregados na nossa cidade e região”, enfatiza.

HISTÓRICO DA RESTAURAÇÃO – O reitor Miguel Sanches Neto relata que a conquista da verba é resultado de um trabalho iniciado em 2006. À época, Sanches era Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Culturais da UEPG. Ele conta que o edifício, marco da interiorização da justiça no Paraná, corria risco de ser descaracterizado. “Quando o prédio do antigo Fórum de Ponta Grossa estava interditado, o Museu Campos Gerais foi transferido para um dos imóveis do Itaú, por meio de um acordo que Regina de Mello e eu havíamos iniciado anos antes com o Itaú Cultural”, comenta.

SOBRE O FDD – O Fundo Nacional de Defesa de Direitos Difusos é um fundo de natureza contábil, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Foi criado em 1988 para gerir os recursos procedentes das multas e condenações judiciais e danos ao consumidor, entre outros.

Esses recursos são utilizados para financiar projetos de órgãos públicos e entidades civis que visem a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. (Com assessoria)


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