18 de abril de 2019

Rangel foi cobrado sobre suspeita de desvio milionário de combustíveis há dois anos

Arquivo

Cerca de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, teriam sido desviados da Prefeitura de Ponta Grossa durante as gestões do ex-prefeito Pedro Wosgrau e do prefeito Marcelo Rangel (2013 a 2016).

Memorando do Gabinete do Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, com data de 15 de maio de 2017, assinado pelo contador Josnir de Oliveira Mello, dirigido ao prefeito Marcelo Rangel (PSDB), a que o BLOG DO JOHNNY teve acesso, revela que há aproximadamente dois anos o chefe do Poder Executivo Municipal foi cobrado sobre protocolos “referentes a questão de possíveis irregularidades nos estoques de combustíveis do nosso Município”.

Segundo apontou Mello ao prefeito na época, “os citados processos encontram-se arquivados a mando da Controladoria, sem terem concluído as devidas inspeções in lococonforme solicitado”.

Em fevereiro deste ano, o prefeito Marcelo Rangel foi questionado sobre o desvio durante entrevista a uma emissora de rádio. Ele tratou a denúncia como uma “conversa de bastidor”. “Entregamos no Ministério Público, mas isso inclusive está tendo um acompanhamento direto não só de órgão de controle. Isso aí são conversas de bastidores”, alegou Rangel.

PROCESSO ADMINISTRATIVO E DISCIPLINAR – Outro Memorando da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (SMOSP), número 253, de 21 de setembro de 2017, assinado pelo secretário Márcio Ferreira, por Josnir Mello, e pela agente administrativo Elaine Antunes da Silva, também dirigido ao prefeito Marcelo Rangel, protocolo 2640200/2017, a que o BLOG DO JOHNNY teve acesso, pede a abertura de processo administrativo disciplinar contra o ex-assistente administrativo da SMOSP, Joelson Sluszz, atualmente lotado na Fundação Municipal de Saúde.

Márcio Ferreira em entrevista ao BLOG DO JOHNNY no último dia 18 de março, acusou o servidor municipal Joelson Sluszz de ser o responsável pelo desvio de 600 mil litros de combustível, o equivalente a R$ 2,4 milhões, da Prefeitura de Ponta Grossa. Segundo o secretário, o servidor atuou na pasta na gestão anterior, de Alessandro Lozza de Moraes, atual chefe de gabinete, e fazia lançamentos para a Usina de Asfalto, localizada no Distrito Industrial, e que encontra-se desativada. “Constatamos algumas ilegalidades que aquele Joelson mandou como se tivesse sido utilizado na usina. Ele era o administrativo do Alessandro e depois foi transferido para a Secretaria de Saúde. Ele não era contador e esse cargo é obrigatório ser um contador. Ele quem cuidava do combustível e lançava como se estivesse sendo usado pela usina. Não pode, a usina está desativada. Esse é um erro dele, que eu creio que o Alessandro não sabia. Ele fazia por conta”, acusou Ferreira, relatando que a informação consta na auditoria e sindicância interna realizada pela Prefeitura sobre o caso.

No Memorando 253/17, Márcio Ferreira, Josnir Mello e Elaine da Silva, relatam que antes de ser transferido para a Secretaria de Saúde, Sluszz “cuidava do contrato das compras de materiais para prestação de serviços em gerais pela Secretaria [Obras e Serviços Públicos], contrato de compra de combustíveis e também da manutenção das bombas de combustíveis”. “No dia 11/09/2017 o Sr. Josnir de Oliveira Mello – Contador assumiu o posto de Joelson a pedido do Sr. Secretário de Obras Márcio Ferreira. No primeiro momento verificou-se que Joelson apagou todos os controles que possuía em seu computador, e levou consigo embora a cópia de contratos e demais documentos que pertenciam a Secretaria, e que se encontravam dentro do armário de aço”, iniciam o relato das irregularidades, narrando ainda que o servidor centralizava nele todas as informações de compras da Secretaria e não repassou o andamento das suas atividades ao seu sucessor no cargo e demais superiores da pasta.

O Memorando de 2017 também cobra providências do prefeito sobre o desvio de combustíveis e informa que um dos processos foi arquivado pela Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos. “No início do ano corrente de 2017, foram encontrados algumas divergências de saldo no consumo de frota… Até agora nenhum dos referidos processos… tiveram as análises concluídas, sendo que o segundo processo foi arquivado pela SMARH”, criticam, afirmando ainda que o desvio ocorreu de 2013 até 31/12/2016.

O documento aponta ainda que à época a SMOSP não possuía um sistema informatizado de controle contábil do estoque de combustível.

De acordo com a presidente da Fundação Municipal de Saúde, Angela Pompeu, Sluszz atua na pasta vistoriando obras. Ele é servidor de carreira da Prefeitura desde 2011, no cargo de Assistente de Administração II.

Procurado pela reportagem do BLOG DO JOHNNY no mês passado, Joelson Sluzz, não quis gravar entrevista, se limitando a responder que já prestou a sua versão sobre o caso na investigação conduzida pela Prefeitura. “Eu não vou conseguir te ajudar porque o que eu tenho de informação eu já passei na minha manifestação, e como corre com sigilo, então, para maiores informações você tem que solicitar via Prefeitura”, alegou.

Na próxima segunda-feira, 22, está prevista a composição de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) na Câmara Municipal. O pedido para a abertura da CEI foi protocolado pelo vereador Ricardo Zampieri (PSL) no último dia 10. “É importante passar essa história a limpo. As pessoas precisam ter ciência do tamanho do rombo. Faz dois anos que a denúncia foi feita e nenhuma providência foi tomada”, criticou o vereador.

A Prefeitura de Ponta Grossa, através da sua assessoria de imprensa, não quis comentar o caso.


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