15 de janeiro de 2019

Pauliki diz estar com vontade e preparado para disputar a Prefeitura ano que vem

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O IRG Pesquisa apontou a liderança de Márcio Pauliki nas intenções de voto com 34,5%, seguido do deputado federal Aliel Machado com 25,9%. O Instituto ouviu 600 eleitores entre os dias 07 e 12 de outubro.

Rafaela Czelusniak

Após não ter alcançado a eleição para o cargo de deputado federal, o ex-deputado estadual Márcio Pauliki (SD) falou ao BLOG DO JOHNNY sobre a sua participação no pleito e as suas pretensões de voltar para a vida pública no ano que vem, na disputa pela Prefeitura de Ponta Grossa. Na entrevista, ele também avaliou positivamente o seu mandato e criticou os seus adversários políticos. Confira:

BLOG DO JOHNNY – O senhor foi candidato a deputado federal e não foi eleito. Acredita ter errado ao não disputar a reeleição para deputado estadual?

MP – Eu sempre defendi como política do jeito certo algumas questões. A primeira é ser contra a reeleição. A reeleição acho que é o grande câncer da política do país. A pessoa geralmente que disputa a reeleição vai se acomodando. Vejo a política como um aprendizado, uma escada. De repente em 2014 poderia até ter saído federal com boas chances, mas pensei em fazer uma escada: estadual, conhecendo como funciona o processo, depois federal. Também sou contra abandonar o mandato na metade, por exemplo, eu tive uma oportunidade de ser candidato a prefeito em 2016 e não fui porque abandonaria meu mandato e que depois, tenho visto, foi uma decisão acertada porque muitas conquistas nós trouxemos para a região. Entrei na política com uma candidatura à prefeito. Entendo que a política é um aprendizado na parte de legislar e fiscalizar, mas a parte executiva é aquela que eu realmente tenho uma aptidão maior. E por último a indicação de cargo político. Eu não tenho cargo em nenhum lugar. Acho que justamente esses cargos, que inclusive muitas vezes não são técnicos, são apenas indicações políticas, é o que realmente faz com que o Brasil tenha chegado a esse ponto. Espero que esses novos governantes façam  um trabalho de gestão maior e comecem a colocar pessoas mais competentes.

Além dessas três questões, o que me fez não ter êxito para federal, foi o fato de ter sido leal e ter dado a palavra para o Osmar Dias. Isso me faz ser respeitado, porque a palavra infelizmente é algo raro na política. Eu sei muitas vezes o que é ser traído na política. Já tive essa experiência de traições e pessoas que imaginavam ser confiáveis e não são. Infelizmente o Osmar na véspera da convenção, por várias circunstâncias, acabou desistindo e naquele momento fiquei órfão de uma coligação e posso fazer uma analogia de um campeonato de futebol: tem três times entrando em campo, do Ratinho, da Cida e do Osmar, o juiz pronto para apitar, de repente o nosso capitão vai embora. Aí ficam todos nós ali na beira do campo dizendo: opa, tem espaço aí? Todos com os seu grupo, com os seus times já definidos olhando os jogadores. Ali tinha um jogador que estava se colocando como capitão que seria o João Arruda, que estava na mesma coligação. Então vamos seguir em frente. A única questão é que o João entrou muito tarde nesse jogo, a votação dele foi por conta do Osmar. Ainda conseguimos em Ponta Grossa colocar o João em segundo lugar, mesmo com toda a estrutura do governo aqui, mas foi insuficiente para que os demais candidatos da nossa coligação fizessem os votos que tinham se comprometido.

“A palavra infelizmente é algo raro na política. Eu sei muitas vezes o que é ser traído na política. Já tive essa experiência de traições e pessoas que imaginavam ser confiáveis e não são.”

BLOG DO JOHNNY – O senhor foi vetado pelo deputado Sandro Alex e o prefeito Marcelo Rangel na coligação do Ratinho Junior, e na da Cida Borghetti pelo deputado Aliel. Se tivesse sido aceito, Ponta Grossa poderia ter mais um deputado federal?

MP – Quando o Osmar desistiu na sexta de manhã eu recebi ligação do João Arruda meia hora depois e fui direto conversar com ele e acertamos isso. Tanto é que eu acreditava na coligação porque era a mesma do Osmar. Imaginava que naquela coligação nós poderíamos fazer quatro até cinco cadeiras como estavam dizendo. Mas caso eu tivesse ido para a coligação da Cida ou do Ratinho, com os votos que fiz, estaria eleito em qualquer uma das duas.

Tínhamos uma vontade de ter três deputados federais em Ponta Grossa, até porque em outras regiões tem três, quatro. Sempre pensei que com três federais pudéssemos trazer mais recursos pra cá. Neste momento temos apenas um e olha a ironia do destino, para uma cidade que fez 75% de votos para o Bolsonaro, nós temos agora apenas um federal e que representa a esquerda. Claro, tem seus méritos, sou amigo do Aliel, acho ele um ponto fora da curva em vários aspectos políticos, mas tem que deixar claro que ele é da ala da esquerda. E esse meio termo, essa compensação que nós poderíamos ter mais um deputado ligado à área da direita, acabou indo para a Secretaria. Espero que realmente o Sandro faça um bom trabalho até porque está sob a responsabilidade dele agora um grande sonho de todos nós que é o Contorno Norte. Ele disse que vai tentar ser deputado e secretário ao mesmo tempo. Não se pode servir a dois deuses. Eu acho que ele tem que se dedicar realmente como secretário, como uma pessoa de confiança do Ratinho.

Agora eu acredito que Ponta Grosa tem uma abertura muito grande para que outros deputados possam vir aqui, trazer recursos e aí que eu faço um pedido, seja para a Associação Comercial, a Câmara de Vereadores ou o próprio prefeito, está na hora de pegar todos os deputados federais e estaduais que fizeram acima de mil votos na cidade e se elegeram, trazer pra cá e questionar o que a cidade vai ter de retorno. Essa cobrança tem que ser feita pelas lideranças locais senão Ponta Grossa vai ficar para trás.

BLOG DO JOHNNY – Que avaliação o senhor faz do seu mandato de deputado estadual?

 MP – Eu acredito que foi um dos melhores mandatos da história recente política aqui da nossa região. Foram doze projetos de leis aprovados, entre eles dois que eu gosto de destacar que é a regulamentação da equoterapia em todo o Estado, e agora os distritos industriais regionais que vão fazer com que nós possamos descentralizar o desenvolvimento econômico da cidade e região.

Na questão de recursos realmente o nosso grande foco. Eu entrei na política por causa disso, foi o nosso Instituto do Câncer que vai inaugurar em abril a parte dos linfomas e que não é apenas os R$ 10 milhões, mas cada tratamento o SUS manda de R$ 50 a R$ 100 mil. São oitocentas pessoas por ano, se você fizer uma conta a média de R$ 70 mil, dá R$ 50 milhões de custeio aqui para o nosso Regional.

O Nota Paraná Solidária acho que se for somar dá mais de R$ 50 milhões nos últimos dois anos, 1.200 entidades. Esta contrapartida social através dos impostos é algo sensacional. Tem entidades aqui que vão inaugurar sedes com esse dinheiro. E na área da segurança algumas questões porque nós tivemos emendas na ordem de R$ 22 milhões. Posso destacar os módulos móveis que vieram para a Guarda Municipal e diversos equipamentos públicos para 52 cidades.

Eu deixei sim alguns legados, entre eles, muitos nessa área de emprego através dos distritos industriais que vão ser formados e na parte de oncologia que é um trabalho que ainda acredito terminar.

“Em 2020 tenho vontade de poder administrar a nossa cidade, mas desde que os pontagrossenses entendam que é o momento, que pode ter essa terceira via que não seja a continuidade que está lá e nem um viés para a esquerda”.

BLOG DO JOHNNY – Que caminho o Marcio Pauliki deve trilhar daqui em diante?

MP – Eu acredito que política é como se fosse um treinamento. Tinha uma meta que era quatro anos como estadual, depois quatro anos como federal e depois voltaria para o meu dia a dia empresarial e teria como legado justamente terminar o Instituto do Câncer e as coisas que acabam acontecendo ao longo do caminho. Então eu usei quatro anos dos oito que eu tenho de crédito na parte política. E aí eu diria a você que esses quatro anos ainda serão usados de alguma forma. Se é no executivo ou no legislativo o tempo vai dizer. O que eu não abro mão é de continuar discutindo a cidade. Isso eu faço desde lá de trás, muito antes de entrar na política. Tanto é que desde 2008 eu entrei ajudando um grupo político, em 2010 na Associação Comercial fiz a política associativista que ajudou a cidade em diferentes aspectos, fui candidato a prefeito, estadual e candidato federal. Então eu tenho uma vasta experiência hoje para continuar contribuindo com a cidade. Tem muitas coisas que ainda são atuais daquilo que discuti em 2012, até em 2010 na Associação, e que vou começar a colocar em uma discussão coletiva. Temos um grupo de pessoas que estão se somando a nós e juntos tenho certeza nós vamos buscar informações do IPLAN, do Conselho de Desenvolvimento que a Associação e a Prefeitura estão desenvolvendo, que até inclusive é deliberativo. Tem agora o projeto que a Associação Comercial fez que analisa os potenciais da cidade. Estamos chamando de Ponta Grossa 2.0, eu acho que Ponta Grossa está meio como um carrinho 1.0, então nós temos que passar para um carro 2.0 e não quer dizer que o motorista desse carro seja eu. Eu quero contribuir para que o próximo motorista desse carro, o próximo prefeito da nossa cidade que vai pegar de 2021 a 2024, seja verdadeiramente um gestor.

A política para mim está sendo como se fosse um grande treinamento. Em 2012 eu tinha vontade de ser prefeito, em 2020 acredito que também tenho até um pouco mais de preparo, não só na questão política, mas também tudo o que acontece no dia a dia empresarial a gente mais ou menos tem uma ideia de qual é a Ponta Grossa que nós queremos em 2023, quando ela estiver completando os seus 200 anos.

Em 2020 tenho vontade de poder administrar a nossa cidade, mas desde que os pontagrossenses entendam que é o momento, que pode ter essa terceira via que não seja a continuidade que está lá e nem um viés para a esquerda.


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