27 de maio de 2020

Pandemia impacta contas públicas, mas Estado mantém equilíbrio

Divulgação

O secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, apresentou o balanço do primeiro quadrimestre de 2020 das contas estaduais na Assembleia Legislativa. No ano, a queda de arrecadação já chega a R$ 1 bilhão, mas as reservas permitiram cumprir todos os compromissos.

O secretário de Estado da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Junior, apresentou hoje, 27, na Assembleia Legislativa o balanço do primeiro quadrimestre de 2020 das contas do Estado. Ele alertou para o impacto provocado pela pandemia do novo coronavírus, citou a queda de arrecadação já na casa de R$ 1 bilhão e disse que a Secretaria de Saúde ainda tem 60% de orçamento disponível para investir em cuidados contra a Covid-19.

“Estávamos no caminho certo com o superavit alcançado no ano passado, o que contemplava investimentos neste ano. Mas esse modelo econômico-financeiro foi interrompido pela pandemia. Felizmente o Estado tinha reservas e chega a junho com capacidade de fazer frente aos desafios da folha de pagamento, restos a pagar, precatórios e aportes para saúde e segurança”, afirmou o secretário.

Apesar do quadrimestre ainda não medir com precisão o impacto da pandemia por causa da natureza da arrecadação tributária do poder público, o secretário destacou a queda de arrecadação de cerca de R$ 450 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em abril. O valor é 17% menor que o estimado inicialmente pela Lei Orçamentária Anual. A estimativa para queda de arrecadação em maio é de R$ 750 milhões.

PERDAS – A soma do que deixou de entrar nos cofres públicos atinge mais de R$ 1 bilhão em termos reais. O Paraná vai receber do governo federal cerca de R$ 1,9 bilhão a partir de junho, mas esse alívio cobre 78% da projeção da queda nas receitas de ICMS. As perdas também impactam diretamente os municípios, que recebem 25% da arrecadação do imposto.

Os impactos negativos nesse quadrimestre foram observados em razão do baixo desempenho de oito dos nove principais setores: energia, bebidas, automóveis, indústria, comércio varejista, comércio atacadista, serviços e combustíveis. Apenas agricultura/extração apresentou crescimento de receita em relação ao ano passado, reflexo da safra de soja e da manutenção das atividades no segmento de carnes.

“Os fatos ainda são muito recentes para estimar a formação do PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 do Paraná, e tivemos uma reposta muito positiva do setor agroindustrial durante a pandemia, o que pode minimizar os efeitos. Mas teremos perdas a partir de 6,1%. Vamos enfrentar um problema complexo de geração de receita e de emprego”, complementou o secretário.

SAÚDE – O relatório da Secretaria da Fazenda mostra que o Estado já gastou R$ 15,3 milhões da rubrica exclusiva de Combate à Covid-19, mas ainda tem cerca de R$ 60 milhões disponíveis, o que mostra margem para ampliar o atendimento.

O balanço aponta que a Secretaria da Saúde utilizou cerca de 41% de todas as receitas disponíveis em 2020 (orçamento próprio, transferências da União, Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza, serviços remunerados pelo SUS, Fundo Estadual de Saúde e convênios federais). Cerca de R$ 2,2 bilhões dos R$ 5,4 bilhões orçados foram executados.

“Existe um esforço de solidariedade institucional muito positivo no Governo do Estado para que não faltem recursos para a saúde e a segurança pública. O objetivo é que a população do Paraná tenha o menor trauma possível nessa pandemia, inclusive com uma metodologia de agilidade nos pagamentos que se façam necessários”, acrescentou Garcia.

Com essas medidas, o Estado ultrapassou o índice de aplicação constitucional na Saúde (12%) exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O resultado alcança 10% (R$ 1,2 bilhão) em quatro meses, mas nesse cálculo só foram computadas as despesas com os impostos estaduais e não o apoio de outras fontes, como as doações dos Poderes e as transferências da União.

A Secretaria da Educação e do Esporte investiu 29% dos recursos disponíveis para o quadrimestre, o que significa marca de R$ 3,3 bilhões. Segundo o secretário da Fazenda, houve atraso na execução de alguns programas e os investimentos serão equacionados nos próximos meses para atingir o limite constitucional.

RECEITAS – O balanço mostra que houve queda de 0,6% na receita corrente líquida entre janeiro a abril, mas dentro do cenário aguardado pelo Tesouro. Houve uma mudança metodológica da apuração com a retirada do valor das transferências constitucionais aos municípios.

No terceiro quadrimestre de 2019, sem essa mudança, a receita corrente atingiu R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 4 bilhões das transferências. No primeiro quadrimestre deste ano foi de R$ 13,8 bilhões já com o novo cálculo.

DESPESAS – As despesas correntes nos primeiros quatro meses deste ano chegaram a R$ 12,8 bilhões. No mesmo período de 2019 o valor foi de R$ 11,7 bilhões. O aumento real foi de 7%, fruto do reconhecimento de dívidas anteriores e aumento real de 2% com a folha de pagamento (ativos e inativos).

Os gastos com pessoal e encargos sociais somaram R$ 8,7 bilhões, frente ao R$ 8,3 bilhões do ano passado. O funcionalismo representa 68% do total das despesas.

PREVIDÊNCIA – O fundo previdenciário apresentou deficit de R$ 230 milhões no primeiro quadrimestre e o aporte do Estado (fundo financeiro) acumulou outros R$ 2 bilhões. Esse é o dinheiro que sai do caixa comum para pagar aposentados e pensionistas.

Segundo a Secretaria da Fazenda, mesmo com a reforma previdenciária de 2019, a equação financeira do sistema só será positiva depois de 2038. A previdência dos servidores custará R$ 10 bilhões ao Estado na próxima década.

TRANSFERÊNCIAS FEDERAIS – A queda da atividade econômica no País também impactou a arrecadação de impostos da União, com consequentes perdas de receitas pela Estado. A retração foi sentida em março, quando os valores repassados recuaram 8% em relação ao mesmo mês de 2019. Em abril a queda foi de 28%, que equivale a R$ 167 milhões a menos.

DADOS NACIONAIS – O secretário da Fazenda ainda fez uma apresentação com as previsões de crescimento do PIB brasileiro. No início da crise, as estimativas eram de perdas na casa de -2%. Em meados de maio as previsões foram para -6%, com viés de baixa, ou seja, possibilidade de alcançar -9%.

“A economia brasileira vai se recuperar em 2021, mas talvez mais lentamente, a depender da quantidade de empresas fechadas, do volume de desempregados e do desarranjo produtivo. A pandemia gerou crise de capital, trabalho e tecnologia. É uma crise de oferta e de demanda, com profunda desorganização na produção e no consumo”, arrematou o secretário. (Com AEN)


Compartilhe



Últimas notícias

Divulgação

19 de abril de 2024

Ponta Grossa conquista Prêmio Prefeitura Empreendedora

Divulgação

19 de abril de 2024

Programa de Inglês da Prefeitura de PG avança e apresenta novo material didático

Divulgação

18 de abril de 2024

Festa das Associações traz shows nacionais para Ivaí neste fim de semana

Arquivo

18 de abril de 2024

Fundação Municipal de Saúde confirma 1ª morte por dengue em Ponta Grossa

Ver mais

Mais Lidas

Arquivo

11 de janeiro de 2017

Prefeitura quebrada, cidade abandonada e Rangel de malas prontas para cruzeiro no Caribe

Divulgação

8 de outubro de 2018

Conheça os 54 deputados estaduais eleitos no Paraná

Arquivo

31 de março de 2020

Ratinho Junior libera igrejas e outras atividades consideradas essenciais no Paraná

Divulgação

ORTIGUEIRA

24 de janeiro de 2022

“2022 deve ser um ano de mais vitórias”, afirma Ary Mattos