8 de janeiro de 2020

Aliel: “sonho ser prefeito de Ponta Grossa”

André Jonsson - Blog do Johnny

Em entrevista ao BLOG DO JOHNNY, o deputado confirmou que o PSB terá candidato em 2020 na cidade e que a sua participação na disputa será confirmada em breve. Aliel fez críticas ao prefeito Marcelo Rangel e ao empresário Márcio Pauliki: “A cidade não é um brinquedo aonde dois atores políticos como o prefeito e o Pauliki vão disputar achando que tem que ser dono daquele carrinho por briga política. Ponta Grossa merece muito mais do que isso”, disparou.

O BLOG DO JOHNNY entrevistou ontem, 07, o deputado federal Aliel Machado (PSB), na sede do seu escritório político em Ponta Grossa. Vice-líder da oposição na Câmara, o parlamentar fez uma avaliação do cenário nacional, do primeiro ano do governo Bolsonaro (PSL), falou dos recursos conquistados por ele para os Municípios, e sobre a sua participação na eleição municipal de outubro. A entrevista, dividida em duas partes, a qual divulgamos a primeira pela manhã (acesse aqui) e agora passamos a publicar a sequência. Confira:

BJ – O senhor é candidato à Prefeitura de Ponta Grossa neste ano?

Aliel – É natural que o meu nome seja lembrado porque eu disputei a última eleição. Quase 45% dos eleitores na última eleição de prefeito escolheram o meu nome para conduzir a cidade. Isso demonstra que o projeto que nós apresentamos há quatro anos para a cidade foi aceito por grande parte da população, com boas propostas e responsabilidade e, principalmente, a sensibilidade de ter alguém que conhece na prática o que a maioria das pessoas sofrem dentro da cidade.

“Sonho de um dia ser prefeito da cidade. Se vai ser agora ou não, é uma construção que não depende só da minha vontade. É preciso ter uma equipe competente, ter um bom projeto para a cidade e que as pessoas aceitem esse projeto para ser desenvolvido nos próximos anos”.

Neste momento de desenvolvimento do interior do Paraná, é um Estado pujante, rico, que tem demanda de crescimento já que a Região Metropolitana de Curitiba saturou o seu espaço de crescimento, estamos num lugar privilegiado, do ponto de vista rodoferroviário, Ponta Grossa ainda poderia ter muito mais do que tem. A cidade possui um potencial muito grande.

E como eu vivo aqui, a minha família vive aqui, eu vivo os problemas daqui e os gargalos que as pessoas vivem aqui, tenho sonho de um dia ser prefeito da cidade. Se vai ser agora ou não, é uma construção que não depende só da minha vontade. É preciso ter uma equipe competente, ter um bom projeto para a cidade e que as pessoas aceitem esse projeto para ser desenvolvido nos próximos anos.

Você não vai conseguir isso se ficar parado. Então é lógico que o nosso grupo político na cidade, que é formado por pessoas muito competentes e tem o auxílio de inúmeros voluntários nas mais diversas áreas, está discutindo a cidade. São pessoas que pensam a cidade e que querem colaborar. Nós vamos ter um projeto e vamos apresenta-lo. O PSB vai ter candidato na cidade em 2020. A gente espera que seja na cabeça, mas não descarta a possibilidade de uma composição. Agora essa composição tem que ser para aquilo que a gente acredita ser importante, lembrando que nós estamos vindo de um projeto, que eu representei em 2016, e teve grande aceitação por parte das pessoas.

Fico feliz do meu nome ser lembrado, se vai ser agora ou não, vai ser um pouco mais na frente que a gente vai poder responder esta pergunta.

BJ – Havia uma expectativa de uma união entre o seu nome e do empresário Márcio Pauliki para a disputa pela Prefeitura neste ano, que são os principais nomes da oposição ao prefeito Marcelo Rangel, isso é possível?

Aliel – Eu respeito muito o ex-deputado Pauliki. Nós já fomos aliados e adversários. Mas para mim ele não representa muito a oposição ao Marcelo. Ele tem uma briga pessoal com o prefeito, que vem de um racha entre os grupos políticos, mas na essência, eles não têm muita diferença naquilo que representam. Por mais que o Pauliki force a tentativa de representar o campo popular, o desenvolvimento e o progresso progressista para a cidade, na minha opinião, isso não basta querer, tem que ser. E aí eu acho que ele tem dificuldade.

“Para mim ele [Pauliki] não representa muito a oposição ao Marcelo. Ele tem uma briga pessoal com o prefeito, que vem de um racha entre os grupos políticos, mas na essência, eles não têm muita diferença naquilo que representam”.

O que não significa que ele não tenha muitas qualidades em relação à competência, trabalho e gestão que hoje é tão dita por aí e se espera na política também.

Tive conversas, respeito muito grande, agora conversas são naturais como eu tive com outros atores políticos dentro da cidade dos mais diversos partidos políticos. As diferenças não podem servir para inimizade ou para ser adversário. Muitas vezes as diferenças são importantes até para unir boas propostas e projetos e apresentar algo mais robusto, mais forte. Eu sei das nossas deficiências, o que a gente precisa melhorar enquanto projeto político para a cidade.

Agora, eu não vejo a necessidade de derrotar o Marcelo e o Sandro ou o grupo político do prefeito. Vejo a necessidade de apresentar um projeto que contemple os erros que a administração municipal tem para que sejam corrigidos e que tenha humildade de reconhecer os acertos que a administração municipal tem para que não sejam perdidas as conquistas importantes. Sem briga pessoal. A cidade não é um brinquedo aonde dois atores políticos como o prefeito e o Pauliki vão disputar achando que tem que ser dono daquele carrinho por briga política. Ponta Grossa merece muito mais do que isso. A cidade já perdeu muito por causa desse tipo de briga.

É por isso que tenho liberdade e diálogo com os mais diversos grupos políticos da cidade, entendendo que é importante assimilar as coisas boas e ter liberdade de criticar aquilo que não é bom.

BJ – O governo Marcelo Rangel está chegando ao fim. Como o senhor avalia a administração municipal e, em sua opinião, quais os principais desafios para Ponta Grossa nos próximos anos?

“A Prefeitura hoje peca muito porque a aliança com o governo do Estado não permite que o governo cobre o que é de responsabilidade do Estado. Eu digo aí o atendimento na saúde que está extremamente precário”.

Aliel – Foi um governo de muita propaganda. Eles são muito bons de marketing. Agora entre para as vilas de Ponta Grossa, quando você vai olhar para as pessoas, ainda há uma dificuldade muito grande em prestar um serviço de qualidade em áreas essenciais e importantes. É importante o que o prefeito fez em infraestrutura, melhorou vias centrais da cidade, trouxe bastante investimentos, mas também endividou bastante a cidade para que isso acontecesse. Mas nós temos ainda vias próximas ao centro da cidade que uma ambulância não consegue atender uma pessoa porque está intransitável. Ainda temos na área social um abandono por parte da Prefeitura, aonde uma boa parceria, que antigamente era feita, com projetos sociais, com a qualificação das pessoas, por parte da Prefeitura que não são feitos. Temos um problema administrativo. A nossa Prefeitura inchada, é pouco transparente e não descentraliza os seus serviços. Isso dificulta muito o atendimento para as pessoas que mais precisam. A Prefeitura hoje peca muito porque a aliança com o governo do Estado não permite que o governo cobre o que é de responsabilidade do Estado. Eu digo aí o atendimento na saúde que está extremamente precário. O Pronto Socorro tem um custo altíssimo para a Prefeitura e o governo do Estado deveria ser mais parceiro. Está abandonado o Pronto Socorro Municipal. Existem promessas realizadas pelo prefeito na última eleição que eu disputei com ele que não foram cumpridas, por exemplo, a descentralização dos serviços de saúde, a construção de um Pronto Atendimento em Uvaranas, e a construção de um restaurante popular em Uvaranas que não foram feitos. Nós temos ainda ligações de bairros importantes para desafogar o trânsito da cidade, já que a nossa cidade é antiga e com problemas viários gravíssimos que não foram resolvidos. Temos problemas gravíssimos no transporte público que precisam ser melhorados. O prefeito veio com uma ideia mirabolante e absurda de uma tarifa zero, que na verdade não era tarifa zero, que foi muito pouco debatida, apesar de eu concordar com o conceito e elogiar o prefeito de debater esse assunto, mas a ideia de execução era muito ruim. A Prefeitura deveria de ter parceiras mais aprofundadas e fortes com a nossa Universidade, que é um polo muito importante de conhecimento e pode atuar em diversas áreas.

Mas temos outras áreas importantes. Avançou muito na área da educação com as escolas de tempo integral, apesar que pode ainda ser melhorada a qualidade. Tivemos um avanço importante da Prefeitura em investimentos em infraestrutura dentro da cidade. Melhorou o orçamento por diversos fatores. Tem os pontos positivos e os pontos negativos que precisam ser levados em consideração.


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